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Resenha do livro A CATEDRAL DO MAR
ILDEFONSO FALCONES, TRADUÇÃO
CRISTINA CAVALCANTI,
INTRÍNSECA, 2018, 576 PÁGINAS
Recomendação: LITERATURA
ADULTA
O
autor espanhol nasceu em Barcelona em 1959 e a morte precoce de seu pai
interrompeu uma carreira promissora no campo desportivo. Estudou Direito depois
de ter abandonado o curso de Economia. Levou cinco anos para escrever o livro A catedral do mar tendo sido publicado pela primeira vez em 2006 e se tornou a novela mais lida na Espanha. Em 2009 publicou seu segundo
livro A mão de Fátima (Tem
resenha do livro A mão de Fátima neste blog. Acesse-a por este link: https://livroseleiturasdepaula.blogspot.com/2019/01/56-resenha-do-livro-amao-de-fatima.html ) Publicou
mais dois outros romances.
O
livro escrito em terceira pessoa é um romance histórico. Por isso, seu
autor traz muitas notas de rodapé explicando o significado de palavras
utilizadas na língua falada na Barcelona do século XIV bem como notas
explicativas no final do livro sobre as leis e costumes comuns na época. Embora
os romances das personagens tenham sido criados pela mente inventiva desse
genial autor, ele entremeou a ficção à realidade daquela época. Por isso, a
necessidade das notas explicativas.
O
livro trata da vida de Bernat Estanyol, um servo da terra, e de como sua vida
foi terrivelmente transformada no dia do seu casamento com Francesca devido a
uma lei absurda, que dizia que o senhor feudal ao qual o servo devia
obrigações, poderia se deitar com a noiva antes do marido.
Quando
seu filho nasceu, a mãe foi convocada a amamentar também o filho do senhor
feudal, pois essa era mais uma das leis da época. A vida da mulher naquela casa
era uma crueldade só. E ela sabia que, no momento em que seu senhor percebesse
que o filho nascido dela era de Bernat e não seu (tinha uma marca de nascença
da família do pai), ele começaria a ser humilhado por já não ser mais tão viril
quanto já fora, passando então a tratá-la mal bem como ao filho. E por isso, Francesca escondia o bebê e o deixou para morrer de
fome a fim de que não sofresse como ela e também porque cada vez que ia
amamentá-lo, era violentada por guardas da casa.
Quando
Bernat ficou sabendo que ela abandonara o bebê a própria sorte (embora não
soubesse dos motivos), raptou-o e fugiu para Barcelona. Lá, morava sua irmã que
era casada com um homem que não queria o cunhado por perto porque ele era um
fugitivo, no entanto, a esposa o convenceu a mantê-lo como empregado porque lhe
devia um favor muito grande.
Viveu
ali praticamente como um escravo. Aprendeu o ofício de artesão e dedicava-se ao
máximo pensando na lei que dizia que em breve, poderia ser um homem livre. Ele
fazia isso tudo pensando no futuro do filho. Passou o tempo necessário, porém o
cunhado ambicioso, não lhe dava a carta que precisava para ser considerado um
homem livre. Ele se rebelou e saiu por conta. Sua ideia era conseguir outro
emprego para poder se sustentar. Entretanto, o cunhado usou de sua influência
entre os comerciantes para recomendar que ninguém o contratasse e, por isso,
Arnau começou a passar fome. Envolveu-se numa rebelião popular e acabou sendo
morto enforcado.
A
partir dessa parte do livro, começa a ser retratada a vida de Arnau, o filho de
Bernat, que ficou na companhia do pequeno Joan na casa de Pere morando
praticamente de favor e começou, mesmo com apenas 14 anos, a trabalhar com os
bastaix, trabalhadores braçais que carregavam no lombo imensas pedras que
seriam usadas na construção da igreja em homenagem à Nossa Senhora do Mar.
Nesse tempo, sofreu duramente, mas ele não fraquejava. Transformou-se num homem
forte e destemido.
Conheceu
Aledis e se apaixonou por ela, mas o pai dela a prometera em casamento para um
velho rico. Então, mesmo contra a vontade, casou-se com Maria. Ela era uma mulher
dedicada ao marido, não o incomodava por nada. Arnau gostava dela e queria
muito ter um filho, mas a gravidez não acontecia. Talvez fosse porque o coração
dele estava com a amante Aledis.
Maria
morreu de uma peste que assolou toda Espanha e, mais tarde, Arnau casou-se com
Elionor, pupila de um rei, em troca de poder. Nunca se deitou com ela. Ela
queria ter um filho com ele porque sabia que se o casamento não fosse
consumado, ela não teria direito à herança dele que já era grande passados
poucos anos de casamento. Como ele não quis ter nenhum contato físico com a
esposa; esta, juntamente com Joan que a esta altura era um frei dominicano e
com os filhos do cunhado, armaram para que ele fosse preso pela inquisição. Seu
único sonho era ver a Catedral do Mar ficar pronta para poder conversar com sua
‘mãe’ mais de perto. O livro traz detalhes minuciosos da arquitetura da igreja
em homenagem à Santa Maria do Mar.
Um
livro com um enredo denso, carregado de emoções das mais diversas. Durante a
leitura, assaltam-nos o medo, a repulsa, a tristeza e a dor pelos quais passam
suas principais personagens. Mas também são muito presentes a admiração, a
ternura e o amor. Uma história triste, porém, muito comum naqueles tempos.
A
história ganhou um seriado para televisão que é um sucesso de audiência,
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2º maio – que seja o segundo não lido na estante