CARAGH M. O’BRIEN, TRADUÇÃO PETÊ RISSATTI, EDITORA
GUTEMBERG, 2014,
365 páginas
RECOMENDAÇÃO: PARA TODAS
AS IDADES (Ficção norte-americana)
O livro é o primeiro da
trilogia escrita com maestria por Caragh M. O’Brien. Fala sobre um mundo
paralelo – a Enclave – para o qual são levados obrigatoriamente os três
primeiros bebês nascidos com a ajuda das parteiras (desde que não tivessem
nenhuma deficiência visível).
Gaia, a protagonista
desta fascinante história, era filha de um casal de gente pobre como a maioria
dos que viviam fora dos muros da Enclave. Seu pai era alfaiate e a mãe,
parteira junto a qual aprendera o ofício. No início do enredo, Gaia relata como
foi o primeiro parto que fez sem estar com a mãe por perto, pois sua
progenitora estava atendendo a outra parturiente. Conta que faziam um chá para
a mãe depois do parto para que o útero voltasse ao normal, o que na verdade
nada mais era do que um artifício para
distraí-la a fim de tatuar o bebê: eram quatro pontinhos feitos no calcanhar
que indicavam de que parte da cidade
tinha vindo o bebê antes de entregá-lo na Enclave o que precisava
acontecer antes dos 90 minutos de vida do bebê, caso ele fosse perfeito.
Após a entrega, Gaia foi
para casa e não encontrou mais os pais. Esperou alguns dias e nada deles
aparecerem. Ela teve uma vaga informação do que estava acontecendo quando a
pessoa que recebia os bebês que ela levava para dentro da muralha, entregou a
ela um bilhete com uma mensagem que ela conseguiu decifrar mais tarde dizendo
que ela deveria procurar sua avó na floresta morta, local este que muitos
acreditavam nem existir. O bilhete dizia também para que ela não revelasse nada
sobre a marcação dos bebês que a mãe fazia e de outra que estava numa fita e que
ela desconhecia. Então ela decidiu que procuraria pelos pais dentro da Enclave
e, para isso foi ajudada por um padeiro que mesmo correndo risco, pois era
vigiado dia e noite, aceitou colaborar em sua empreitada.
Uma vez lá dentro,
presenciou horrores que nunca havia imaginado, mesmo que o Protetorado -chefe
daquele mundo – passasse a imagem de uma sociedade perfeita, ideal. Ficou
sabendo o porquê de seus pais terem sido presos: eles haviam sido considerados
traidores porque não quiseram revelar o sistema de marcação dos bebês e eles
precisavam descobrir quem eram os pais biológicos dos jovens que moravam lá,
pois estavam havendo problemas de saúde devido à consanguinidade. O pai fora
morto por se negar a colaborar e com a mãe só não aconteceu a mesma coisa
porque ela estava grávida e esse bebê poderia ser útil para eles visto que já
haviam descoberto que havia pessoas oriundas do setor em que ela era parteira
que carregavam um gene que dominava sobre genes que provocavam hemofilia o que
se tornara um problema frequente na Enclave.
Gaia conseguiu a adesão
de alguns soldados, um dos quais descobriu mais tarde através do código feito
pelo pai na fita que era seu irmão. Estes a ajudaram a encontrar a mãe e ao
fugirem, a mãe entrou em trabalho de parto e morreu por causa de uma
hemorragia, pois ela estava extremamente fraca.
A partir daí, Gaia passou
a lutar para fugir daquele lugar levando consigo Maya, sua irmãzinha o que se
revelou uma tarefa muito difícil. Muita luta e sofrimento ocorre ainda até o
fim deste livro.
Muito emocionante. Uma
trama muito bem construída. As ações são tão bem narradas que parece que se
está vivendo a aventura junto aos personagens.
Como é uma trilogia, a
história tem continuação nos livros “APRECIADA” e “PROMETIDOS”.