ELIAS
JOSÉ, EDITORA LAROUSSE JOVEM, 2009, 101 páginas
RECOMENDAÇÃO: PARA TODAS AS IDADES
O escritor mineiro nascido em
Guaranésia em 1936 foi professor de Literatura Brasileira e de Teoria da
Literatura. Elias é autor de muitos contos e poemas traduzidos para várias
línguas. Foi representante do Brasil em feiras de livros em outros países. Foi
jurado em concursos literários, ministrou cursos, oficinas e palestras,
participou de congressos de educação, linguística e de literatura. Deixou um
forte legado para a literatura infanto-juvenil. Em 1962, ganhou o primeiro
lugar num concurso de contos promovido pela revista Vida Doméstica.
O
estilo de escrita de Elias José é marcado pelo realismo mágico, embora neste
livro tudo seja muito verossímil. Sua produção literária iniciou em 1970 com o
conto A MAL-AMADA e terminou em 2007 com
o livro LITERATURA INFANTIL: LER, CONTAR E ENCANTAR CRIANÇAS, um livro para a formação para pais
e professores. Faleceu em 2008.
Esse
livro fofo é narrado em primeira pessoa por um dos três netos da dona Amélia,
uma avó que adorava a presença dos netos enquanto seu marido, o avô Otávio era
extremamente chato, um verdadeiro desmancha-prazeres.
A
filha, dona Marisa trabalhava numa repartição pública e o genro ficava fora
durante a semana toda, pois trabalhava em outra cidade. Sendo assim, os três
filhos do casal iam à escola pela manhã e à tarde ficavam aos cuidados da
empregada doméstica Teresa, exceto às segundas-feiras, dia em que invariavelmente,
não ia trabalhar. Nestes dias, Marisa recorria a sua mãe para ficar com as
crianças que faziam festa toda vez que iam à casa da avó. Ela os deixava
totalmente à vontade. O avô era bem ranzinza, mas não se dava ao trabalho de
corrigir os netos.
Quando
ele faleceu, a avó, embora o tivesse amado muito, passou a sentir muito mais
leve, de bem com a vida. As idas das crianças a sua casa continuaram, mas agora
ela brincava junto com os netos e se divertia muito, mas, passado algum tempo,
ela começou a ficar misteriosa. Ficava trancada em seu quarto ou saía sem dizer
para onde ia enquanto os netos estavam lá.
As
crianças começaram a especular até descobrirem o mistério e adoraram a ideia de
terem uma avó diferente. Quem não gostou nem um pouquinho da mudança de dona
Amélia, foi a filha Marisa que considerava colocá-la num sanatório no que foi
abertamente impedida pelo marido às gargalhadas, adorando a sogrinha
moderninha. Uma história muito divertida que fala do amor entre avós e netos e
de que nunca é tarde para realizar seus sonhos.
O
livro tem parágrafos curtos sempre iniciados com alguma ilustração chamativa
feita por Renan Santos. É um livro para se ler numa sentada só. Vale a pena,
com certeza.
DLL agosto -5º- Um livro de capa laranja