quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

53- Resenha do livro GALE BANKS E AS IRMÃS BRONTË

 GABRIELA MAYA, E-book kindle, 2018,  261 páginas

RECOMENDAÇÃO: LITERATURA ADULTA

O livro traz um pouco da biografia das irmãs britânicas de alto renome na literatura mundial Emily, Charlotte e Anne Brontë entremeada com a vida fictícia de Gale Banks, filha única de um próspero banqueiro, mas órfã de mãe com quem manteve uma amizade muito forte, uma vez que esta era sua melhor amiga e confidente. Após sua morte, o pai lhe arranjou um casamento que seria muito conveniente para ele o que era muito comum nos anos 1800, na Inglaterra. Entretanto, ela era uma mulher com um comportamento à frente de seu tempo e estava apaixonada por Frank Scott. O pai de Frank e ele próprio foram advertidos de que o pai de Gale não queria de maneira alguma, que a união deles se concretizasse. Sendo assim, ela fugiu para casa da tia Elizabeth Brontë para não se casar com o noivo que o pai lhe arranjara, mesmo porque já tivera um arroubo de paixão com Frank num parque da cidade, portanto nem mesmo se considerava digna de casar com outro homem.

Na casa da tia, a princípio não foi muito bem recebida, contudo aos poucos, todos foram se afeiçoando a ela que se esforçava bastante para ajudar nos afazeres da casa apesar de não ter prática nenhuma nisso, pois sempre tivera empregadas a sua disposição.

Num dia como outro qualquer, sua tia lhe revelou o motivo pelo qual seu pai não queria o casamento entre ela e Frank. Ela ficou muito chocada, mas entendeu que realmente isso não poderia acontecer e isso a fez mudar sua vida. Ela resolveu ir para Paris e criar um jornal. Antes disso, voltou à casa de seu pai para dizer-lhe que já tivera conhecimento dos motivos dele para as suas atitudes para com Frank e que ela queria a parte da herança que lhe cabia para poder recomeçar sua vida em Paris. O pai tentou convencê-la de que nem tudo que sua tia lhe contara era verdadeiro, mas ela não mudou de opinião e três dias depois, partia para Paris.
Lá, contatou com sua amiga Julie e esta a ajudou a abrir seu jornal. Devagar, começou a ocupar o espaço que pretendia. Trabalhava arduamente escrevendo, editando e imprimindo seu pequeno jornal com ajuda de poucos colaboradores que também sabiam pouco e não escreviam. Mais tarde, inclusive, foi convidada por um grande jornal a escrever artigos para ele no mesmo estilo que publicava no seu.

Paralelo a isso, Frank - que tinha ouvido falar que Gale se casara - resolveu casar com a enteada do sócio Perkins. Os dois fizeram um investimento na construção naval e, mais tarde, na navegação mercantil e foram muitos bem-sucedidos.

E quis o destino, que a esposa de Frank se tornasse correspondente de Gale. Esta escrevia artigos de opinião sobre assuntos que afligiam a parte do país em que morava. E como Gale tinha adotado outro sobrenome por não querer ser reconhecida como a filha de um banqueiro, seu nome passou despercebido por Frank.

A grande reviravolta para o caso de amor entre Gale e Frank acontece quando a articulista teria um encontro com a dona do jornal em Paris. Grandes surpresas acontecem antes do desfecho do livro.

O livro é um trabalho primoroso de descrição de uma Inglaterra em época vitoriana, com seu contexto peculiar, sua política, transições financeiras específicas, sociedade com características próprias, o que nos dá uma ideia do esmero da escrita da autora. O texto lembra um pouco a escrita de Jane Austen contando também dramas familiares, como os casamentos arranjados de acordo com a ambição dos pais.

Há um detalhe curioso que eu nunca havia visto em nenhum outro livro: tem dois finais e, por incrível que pareça, os dois são bastante plausíveis.

           Vale muito a pena ler este livro.

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