#RESENHA Nº 222
#LIVROS
TÍTULO DO
LIVRO: GERMINAL
AUTOR(A): ÉMILE ZOLA
TRADUÇÃO:
FRANCISCO BITTENCOURT
EDITORA:
MARTIN CLARET
ANO DE
PUBLICAÇÃO: 2006
2ª EDIÇÃO –
SÉRIE OURO
NÚMERO DE
PÁGINAS: 440
RECOMENDAÇÃO:
LITERATURA ADULTA
O
autor francês é considerado o criador do Naturalismo, período literário cujas
características mais marcantes são o detalhismo, o determinismo, o
cientificismo, a crítica à igreja e à burguesia e o tratamento dos seres
humanos como meros animais.
Algumas
das características acima citadas estão muito presentes nessa obra que é
considerada a obra-prima do autor com destaque para a última.
A
trama angustiante que foi redigida por Émile traz a luta de trabalhadores das
minas de carvão da França por melhores salários para que os mineiros pudessem
ter uma vida minimamente digna, pois a maioria deles passava fome e até frio
apesar de poderem levar um pouco de carvão para casa ao fim do expediente, mas
a porção permitida era insuficiente.
A
desigualdade social salta aos olhos do leitor e dá um aspecto de crueldade a
essa disparidade. Os mineiros passavam muita necessidade apesar de descerem
para os túneis ainda de madrugada e saíssem de lá tarde da noite. Mesmo assim,
os donos das minas reclamavam da pouca produtividade. Os salários dos
trabalhadores eram baixíssimo.
Na
mina, trabalhavam homens, mulheres e adolescentes de ambos os sexos. É com essa
realidade que Etienne se deparou ao chegar a Montsou à procura de trabalho.
Logo no primeiro dia de trabalho na mina, conheceu outros trabalhadores entre
os quais Maheu, Katherine, a filha de Maheu que tinha outros seis filhos dos
quais alguns eram adolescentes e outros, crianças em tenra idade e também
Chaval, um homem rude que não aceitava um não como resposta.
Etienne
pretendia a ascensão social, mas não estava em posição de escolher serviço,
entretanto, em pouco tempo, seu espírito de liderança se manifestou instigando
os demais trabalhadores a lutarem por um salário mais justo. Convenceu-os de
que uma greve era necessária para que os patrões valorizassem mais seu trabalho
e que as condições de trabalho deveriam ser melhores também visto que corriam
riscos de explosão devido aos gases nos túneis das minas e porque, muitas
vezes, os trabalhadores eram obrigados a trabalhar com água até a cintura.
A
greve aconteceu, mas os resultados de dias e dias sem trabalhar não foi como o
esperado, provocando, entre outras coisas, a morte de várias pessoas. O caos se
instalou no vilarejo.
Há
um romance tênue entre alguns dos personagens, mas nada que mereça destaque. É
uma história triste sem final feliz, no entanto é uma obra importante de ser
lida uma vez que relata situações trabalhistas tão atuais quanto possível.
Embora
o desfecho da história seja bem diferente que o idealizado durante a leitura,
vale muito a pena ler o livro.
DLL- MAIO- QUE SE PASSE NA EUROPA