domingo, 23 de junho de 2019

81- Resenha do livro A BIBLIOTECÁRIA DE AUSCHWITZ


ANTONIO G. ITURBE, TRADUÇÃO DÊNIA SAD, EDITORA HARPER 

COLLINS, 2018,  366 páginas

RECOMENDAÇÃO: PARA TODAS AS IDADES


Surpreendente, empolgante; com uma ambientação histórica impecável. Estas são as características que melhor descrevem este livro. O autor espanhol promoveu uma pesquisa interminável para reunir fatos através de depoimentos de inúmeras pessoas para fundamentar seu texto. Como é também jornalista, sabe muito bem como fazer essa tarefa.  Trabalhou por vários anos no jornalismo e também como professor universitário no curso superior de Jornalismo. Em 2004, publicou seu primeiro romance: ‘Rectos torcidos’. ‘A bibliotecária de Auschwitz” é seu terceiro romance; foi escrito em 2012 e traduzido para 13 línguas. Dedica-se também a escrever livros de literatura infantil. Pelo sucesso alcançado, o livro foi publicado em onze países pelo mundo afora e com ele conquistou o respeitado prêmio espanhol Troa Libros.

"Começar um livro é como subir num trem rumo às férias." Era assim que Dita Dorachova - a adolescente que inspirou o autor a escrever este livro - compreendia a leitura.

Segundo o autor, havia uma teoria de que os nazistas massacravam os judeus porque eram considerados uma raça tão perigosa que poderia enfrentar os arianos e derrotar a hegemonia deles. (página 132)

O livro é um romance baseado em fatos reais e tem como protagonista, a menina Dita. Ela e outras milhares de pessoas, a maioria judeus, estavam confinadas nos campos de extermínio em Auschwitz-Birkenau. Nesse lugar, morriam diariamente dezenas de pessoas. Algumas de frio, outras de fome e outras tantas, de doenças como o tifo, pois as condições de higiene eram extremamente precárias e, sendo assim, doenças como esta, disseminavam-se muito rápido. A alimentação resumia-se à uma sopa rala e um pedaço de pão seco ou embolorado.

O governo alemão queria dar a impressão que esse campo era familiar, ou seja, que oferecia condições de vida razoáveis, por isso, ali ficavam também crianças. Tinha inclusive um barracão- o bloco 31- onde as crianças deveriam ficar durante o dia e onde, secretamente, funcionava uma escola. Era ali que Dita trabalhava como bibliotecária. O acervo desta biblioteca resumia-se a oito livros os quais deveriam ficar invisíveis para os nazistas que achavam que livros eram material subversivo. Um desses livros era ‘O conde de Monte Cristo’ de Alexandre Dumas do qual tem até mesmo um resumo.

            Quando Fredy Hirsh, o responsável pelo barracão, pedira à adolescente para se incumbir dos livros, explicou-lhe também que isso representava um pouco de perigo, porém Dita, mesmo contando com apenas 14 anos, aceitava o risco. Isso a deixava feliz, pois entendia que a educação deveria continuar para que quando esse terrível sofrimento acabasse, eles pudessem ter adquirido algum conhecimento mesmo que fosse pequeno.

            O livro fala também dos temidos experimentos do doutor Joseph Menguelle. Esse médico alemão compartilhava a ideia de Hitler de que os arianos eram a raça perfeita e como tal, fazia experiências com crianças, especialmente as gêmeas e as de olhos azuis.

            O livro traz relatos de muito horror e sofrimento e são contadas de uma forma tão realista que parece que se está junto a eles. Relatos que os prisioneiros (os que sobreviveram) jamais iriam esquecer. Traz histórias de pessoas que lutaram para se manter vivos usando os poucos argumentos que tinham.

            Assim como os demais livros sobre relatos ocorridos durante a Segunda guerra, este também me emocionou muito. Na minha opinião, todos deveriam ler livros que trazem essa temática para entenderem um pouco sobre a história do mundo.

DLL junho - 4º Um livro do gênero romance

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