AMANDA LINDHOUT e SARA
CORBETT, TRADUÇÃO IVAR
PANAZZOLO, EDITORA NOVO CONCEITO, 2013, 445 páginas
PANAZZOLO, EDITORA NOVO CONCEITO, 2013, 445 páginas
RECOMENDAÇÃO: PARA
TODAS AS IDADES
Atenção: Esta resenha tem spoiler.
A
autora-protagonista deste livro não é escritora. Para a publicação deste livro,
Amanda contou com a ajuda da jornalista Sara Corbett. Foram três anos de
pesquisas e anotações, conversas infindáveis e transcrições de conversas e da
análise das anotações feitas pela protagonista na última casa de cativeiro que
foram remetidas até seu endereço bem depois do fim do sequestro. Depoimentos
dos pais de Amanda e de Nigel e da grande amiga Kely que se manteve perto da
mãe de Amanda para dar-lhe apoio (de como eles se sentiam durante o sequestro e
de como se desenrolaram as negociações para que fossem libertados) de Nigel,
dos investigadores do Canadá e da Austrália entre outras pessoas.
Em 2010, Amanda fundou o Fundo Global de Enriquecimento.
Uma fundação para ajuda humanitária. Ela se inspirou numa mulher muçulmana que
tentou ajuda-la a fugir. Percebeu naquele ato, que a maioria das mulheres de
países muçulmanos não tem voz nem vez e com a fundação pretende ajudar essas
mulheres a começar por oportunidade de estudo para as mulheres naqueles países
onde elas não têm esse direito.
O
livro conta em primeira pessoa a história de Amanda, uma garota filha de pais
separados que aos dezesseis anos decide viver sua própria vida. Sai em busca de
aventura com seu namorado Jamie. Juntos, como mochileiros, conhecem vários
países vivendo um dia por vez até acabar o dinheiro. Volta então para o Canadá,
procura emprego e encontra um por acaso. Nele, ela servirá drinques em salões
de luxo onde pessoas ricas se reúnem para jogar. Só as gorjetas já lhe são
bastante lucrativas. Trabalha por alguns meses e se embrenha em outro país para
mais aventuras.
Numa
dessas viagens, conhece Nigel e vive um caso de amor com ele, entretanto uma
decepção os separa. Com ele também aprende um pouco sobre fotografia. Quando o
dinheiro acaba, ela volta para o seu ninho, trabalha por mais um tempo, faz um
curso de fotografia, e embarca novamente, desta vez com a intenção de trabalhar
como fotógrafa freelancer vendendo
fotos de lugares turísticos ou que mostrem o modo de vida do povo dos lugares
que pretende conhecer para algum jornal. Consegue até mesmo vender algumas
fotos e isso a anima a continuar tentando ter sucesso nessa atividade. Quer
conhecer agora países que passam por conflitos como o Afeganistão e o
Paquistão. Impressiona-se com as nuances de uma guerra, de como vive o povo que
está constantemente no fogo cruzado. É alertada do perigo, porém quer continuar
na linha do tiro.
Ao
terminar o dinheiro, volta para casa, junta dinheiro de novo, entra novamente
em contato com Nigel e decidem conhecer e trabalhar como jornalistas com
contrato na Somália. Ao se reencontrarem, Amanda percebe que nada será como era
antes com Nigel. Agora seriam só amigos, a contragosto do rapaz. Mas suas vidas
sofreriam uma guinada inimaginável logo no quarto dia de sua estadia naquele
país africano. Os dois foram sequestrados. Daí para frente, o livro passa a contar
como foi sua vida no tempo de cativeiro. De como ela e Nigel aprenderam a se
comunicar até mesmo sem palavras quando ficaram em quartos separados já que a
lei muçulmana não permite que um casal não casado fique no mesmo ambiente
sozinho. De como se converteu ao islamismo como
tática de sobrevivência. Fala
da tentativa de fuga e de como se sentiu ao serem recapturados, das torturas
que ela sofreu por ser mulher. Ocorreu-lhe, inclusive, a ideia de se matar para
evitar mais sofrimento e embora tivesse tido a oportunidade, recebeu um aviso
sagrado de que seu cativeiro estava chegando ao fim.
Eles
são transferidos várias vezes de uma casa para outra. E na última, a casa do
céu, ela consegue em seu íntimo se transportar para um lugar fora do corpo onde
não mais sofre.
O
livro é uma biografia, portanto sabe-se desde o início que ela será
libertada, tendo em vista que é ela mesma que conta a história. Como os fatos
relatados são reais, temos também uma magnífica aula de História. É uma
história muito sofrida. O leitor não consegue parar de ler. Quer logo saber como
a história termina e seu martírio finda.
A
história é dividida em 44 capítulos intitulados e tem partes extremamente
dramáticas, porém é bem envolvente. Vale muito a pena ler o livro.
DLL setembro -2º- Um
livro que tem mais de um autor
Amei sua Resenha . Já tá na minha lista 😘
ResponderExcluirObrigada.
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