LUIZ PUNTEL, ÁTICA, 1988,
127 páginas
RECOMENDAÇÃO: PARA
TODAS AS IDADES
Atenção: esta resenha tem spoiler.
O narrador narra de forma bastante verossímil a saga de uma família que teve de fugir do Brasil porque o pai – Zé Maria – jornalista, não se furtava da verdade; relatava-a nua e crua (sendo que o tema de seus artigos era a política brasileira nos tempos da ditadura) e, por conta disso, começou a receber ameaças presenciais, através de telefonemas e a ser seguido. O recado era sempre o mesmo: que deixasse os assuntos sobre os mandos e desmandos do governo militar ficar na surdina.
O narrador narra de forma bastante verossímil a saga de uma família que teve de fugir do Brasil porque o pai – Zé Maria – jornalista, não se furtava da verdade; relatava-a nua e crua (sendo que o tema de seus artigos era a política brasileira nos tempos da ditadura) e, por conta disso, começou a receber ameaças presenciais, através de telefonemas e a ser seguido. O recado era sempre o mesmo: que deixasse os assuntos sobre os mandos e desmandos do governo militar ficar na surdina.
Os
filhos Marcão e Rico, bem como a esposa Tererê, que estava grávida, também eram
seguidos e recebiam telefonemas com mensagens ameaçadoras.
Um
dia, o jornalista simplesmente não voltou para casa, porém deu um jeito de
avisar a família onde estava e então foram todos para o Chile onde pensavam que
poderiam viver sem ameaças mesmo sabendo que lá não era a pátria que amavam.
Neste
país sul-americano, nasceu o Pablo. O parto foi tranquilo, mas a preocupação
aumentara porque agora, havia mais uma boca para alimentar. Os outros dois
filhos frequentavam a escola apesar de terem perdido um ano escolar; do momento
da saída do Brasil até que se sentissem seguros para procurarem uma escola lá.
Zé
Maria recebeu uma proposta para trabalhar em um jornal chileno. Entretanto, com
suas críticas ao governo brasileiro, não demorou muito até voltar a sofrer ameaças
e perseguições e, depois de um tempo, foram obrigados a procurar abrigo na
embaixada da França e foram logo exilados para aquele país onde tudo era tão
diferente do que no Brasil: a língua, os costumes, o clima e até mesmo o
calendário escolar. Por conta disso, perderam mais um ano de escola, contudo
aos poucos, foram se acostumando.
Tererê
engravidou mais uma vez e nasceu a Nicole, o xodozinho do pai, No dia em que
ela nasceu, o marido não pode estar presente, pois a o parto foi prematuro e
ele estava tendo que se esconder de novo por causa dos artigos que escrevia
(que tratavam do mesmo assunto do qual ele não se cansava) para a o maior
jornal da França: o Le Monde.
O
autor usou uma linguagem simples para retratar a situação vivida por tantas
pessoas brasileiras e não-brasileiras durante a vigência de governos
ditatoriais.
O
desfecho mostra o momento em que o governo brasileiro concedeu anistia política
aos exilados. A liberdade da família para voltar ao seu país de origem
aconteceu quando Marcão estava namorando Claire, moça a qual teve muita
dificuldade para conquistar, pois esta temia antecipadamente o momento da
despedida. Marcão e Rico conquistaram a amizade e o respeito de seus amigos e
professores e juntos aprenderam muito do país onde nasceram, mas do qual
ficaram mais de dez anos afastados.
Um
livro interessantíssimo, que nos leva a refletir o quanto o povo sofre quando o
governo é uma ditadura.
Vale
muito a pena ler.
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