MANUEL FERREIRA, EDITORA ÁTICA, 1962, 153 páginas
RECOMENDAÇÃO: PARA TODAS AS IDADES
Livro
escrito pelo escritor português Manuel Ferreira em 1962 o qual versa sobre a
triste vida do povo da ilha de Cabo Verde quando esta ainda era colônia de
Portugal. Mostra como o povo, principalmente as mulheres, tem um desejo muito
forte de permanecer em sua terra natal, mas são forçados a emigrar em busca de
seu sustento e de sua família, uma vez que esta era uma colônia que subsistia
com a agricultura; e por causa de uma seca que assolava a ilha que já contava
com um clima semiárido, a população em sua grande maioria estava passando fome.
A pesca também não estava provendo as famílias.
As
mulheres, em grande parte, não coabitavam com um homem; muitas delas tinham
relacionamentos com homens casados; outras, com homens que saíam da ilha para
procurar emprego e não voltavam, por isso precisavam prover sozinhas a
sobrevivência também dos filhos. Por conta disso, a prostituição, inclusive a
infantil era fato corrente e mesmo assim, a morte por inanição era bastante
comum. Ver o carroção passar recolhendo corpos frios fazia parte do cotidiano.
Ninguém estranhava.
As
poucas chuvas que caiam eram motivo de comemoração embora, geralmente, fossem
insuficientes; entretanto elas sempre reacendiam a esperança de poder
permanecer em sua terra.
Mostra
ainda a personagem Nha Venância, mulher de fibra que faz questão de cultivar a
língua crioula assim como muitos outros personagens cultivam a morna, música
para dançar, típica do lugar que exalta o amor ao lugar onde querer viver. O
título do romance é também o nome de uma das normas mais famosas da ilha e que
significa hora de despedida.
O
livro é praticamente um documentário sobre Cabo Verde mostrando fortemente o
descaso do governo português para com o povo cabo-verdiano.
Vale
a pena ler o livro para conhecer um pouco da história daquela terra tão
sofrida.
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