DAVID
NICHOLLS, TRADUÇÃO ALEXANDRE RAPOSO,
EDITORA INTRÍNSECA, 2015, 377 PÁGINAS
RECOMENDAÇÃO:
LITERATURA ADULTA
O
autor inglês David Nicholls, além desse livro, escreveu o best-seller Um dia que vendeu a assombroso número de
400 mil exemplares no Brasil, tendo inclusive uma adaptação para o cinema.
Estudou Literatura Inglesa e teatro trabalhando com encenações por algum tempo.
Entre uma peça e outra, trabalhou com vendas e foi consultor de peças,
pesquisador, editor de roteiros para televisão e cinema. Mora em Londres com a
esposa e os filhos.
O
livro conta a história de uma família como qualquer outra: Douglas, Connie e
seu filho Albie. É narrado em primeira pessoa sob o
ponto de vista de Douglas; ambientado na Inglaterra antes de os três começarem
uma viagem programada há um bom tempo.
Albie
estava terminando o Ensino Médio; sendo assim, quiseram fazer uma viagem
juntos. Entretanto, antes de iniciarem o passeio que dariam passando por vários
países da Europa, numa noite qualquer, Connie disse a Douglas que queria se
divorciar dele. O motivo, nem ela soube especificar direito; sabia apenas que
não queria mais viver com ele. Mesmo assim, resolveram fazer a viagem como uma
despedida da vida em família.
Passaram por cidades maravilhosas como Paris, Amsterdã,
Munique, Veneza, Florença, Siena, Barcelona entre outras. Algumas delas já
haviam visitado antes, sozinhos ou juntos, e Douglas mantinha a esperança de
reconquistar a esposa nesse tempo. Ele ficou parte do seu tempo de viagem entre
uma cidade e outra tentando encontrar justificativas no seu perfil e modo de
agir para que a esposa quisesse se separar dele, porém não conseguiu achar
nenhuma; achava-se um bom marido. Já estavam casados há 22 anos. O pedido de
casamento havia sido feito em Veneza e ele queria muito voltar ao mesmo lugar
achando que poderia derreter-lhe o coração novamente. Contudo, em suas
reflexões durante as noites insones, convenceu-se de que em qualquer casamento
haveria altos e baixos, conforme está descrito na página 218, mas que isso não deveria
ser motivo de separação:
"Bem, agora posso dizer que a
vida de casado não é de modo algum um planalto. Há ravinas, grandes picos
irregulares e fendas ocultas, que fazem os dois tatearem em meio à escuridão.
Depois, há trechos sem brilho, ressecados, que você acha que nunca vai acabar,
e grande parte do percurso é repleto de silêncio, e, às vezes, não dá para ver mesmo
a outra pessoa, outras vezes, ela se distancia muito de você, ficando
praticamente fora de vista, e a viagem se torna difícil. Muito, muito, muito
difícil."
Alguns
capítulos relembram fatos marcantes do passado, mas a maioria está sendo
narrado amarguradamente no presente. A história está dividida em 179 capítulos,
alguns deles bastante curtos.
Eu
havia lido o livro até metade, mais ou menos, quando o deixei de lado porque
estava bastante monótono. Resolvi retomá-lo e acabei gostando da segunda metade
que contou mais sobre a parte em que o filho não quis mais ficar com os pais ‘cafonas’
durante a viagem. Eles o deixaram ir, mas quando o pai percebeu que a vida
inteira agiu de forma injusta com o filho e concluindo que ele não queria a
presença ‘dele’, resolveu que precisava se desculpar com o filho e por isso,
saiu em busca dele nas cidades que estavam no roteiro com hotéis pagos para
tentar encontrá-lo.
Decidi
enfim, que apesar de o ter abandonado a princípio, vale a pena ler o livro.
DLL-
maio- 1º- livro com duas cores na capa
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