THRITY UMRIGAR, TRADUÇÃO
PAULO ANDRADE LEMOS,
EDITORA NOVA FRONTEIRA, 2006, 331 páginas
RECOMENDAÇÃO: LITERATURA
ADULTA
Nascida na Índia, mas morando em Cleveland nos Estados
Unidos, a bacharel em Ciências e jornalista Thrity Umrigar escreve há duas
décadas para um dos maiores jornais americanos – o Washington Post – e para outros
jornais. É professora de Escrita Criativa e de Literatura em cursos
universitários. Autora de outros livros, como por exemplo, Bombay time e First Darling
of the morning: selected memories of an Indian childhood que foram os
publicados antes de A distância entre nós.
Ganhou o importante prêmio Nieman Fellowship da Haward University. Escreveu
esse romance dramático em 2006.
“O mundo é assim.” (p. 294)
É
o que pensam Bhima, uma das mulheres indianas mostradas neste livro, e Serabai
ou Sera, como é chamada pelos íntimos. Bhima é empregada doméstica de Sera
desde o início do seu casamento com Feroz. Esteve presente nos poucos momentos
felizes da patroa e em quase todos os maus momentos. Sera sofre agressões
verbais e físicas do marido e da sogra.
“Feroz, marido e opressor, amante e
algoz, vítima e torturador. Nenhum homem a tinha feito mais feliz e infeliz.”
(p. 268)
Assim
Sera demonstrou seus sentimentos para com seu marido quando ele morreu. A sogra
tinha também suas desculpas para tratar dessa maneira a mulher de classe média
alta que não trabalha fora porque o marido se orgulhava em dizer que a sustentava
sem grandes esforços. Sua única ocupação é cuidar da filha Dinaz.
Bhima
é casada com Gopal e com ele teve dois filhos: Pooja e Amit. O marido era um
encanto de pessoa; um homem apaixonante, apaixonado e dedicado à família até
que um acidente na fábrica onde trabalhava o tirou do mercado de trabalho. A
partir daí tudo começou a desandar na vida da pobre mulher. Por mais que se
esforçasse, poucas foram as alegrias que lhe sobraram quando o marido a abandonou
levando consigo, Amit.
Foi
obrigada a abrigar a neta inconsequente Maya quando a filha e o genro fora
devorados por uma doença implacável quase no mesmo dia. Não que ela não
gostasse da neta, mas porque era uma boca a mais para alimentar e para viver com
ela numa favela que não tinha sequer saneamento básico. E tudo ficou ainda pior
quando a garota apareceu grávida e não quis revelar quem era o pai para que a
avó pudesse exigir que ele reparasse seus erros casando-se com ela. O sonho de
ver a neta formada que a tirasse daquele lugar desmorona na frente dos seus
pés.
Um
livro que mostra o drama de duas mulheres, que embora fossem de classes sociais
muito distintas, tinham problemas muito semelhantes. E uma desabafava com a
outra. E se entendiam como poucas mulheres nestas condições. Um livro para nos
fazer refletir sobre muitos assuntos: relacionamento conjugal e familiar,
violência, honestidade, hombridade, falsidade, preconceito e discriminação
racial e social. Fala também de muitos
costumes entre as pessoas daquele país, principalmente sobre seus hábitos
religiosos rígidos. Traz muitas palavras da língua falada na Índia.
A
história dividida em 25 capítulos tem partes bastante dramáticas, porém é bem
envolvente.
Vale a pena ler o livro.
DLL abril -5º- Um livro de autor indiano
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