segunda-feira, 13 de abril de 2020

130-  Resenha do livro DOM CASMURRO

MACHADO DE ASSIS, EDITORA EGÉRIA LTDA, 1978, 216 páginas

RECOMENDAÇÃO: LITERATURA ADULTA


            Machado de Assis foi um dos escritores mais importantes do Brasil. Foi contista, romancista, cronista, dramaturgo e poeta. Sua obra é bastante vasta. Dom Casmurro foi publicado pela primeira vez em 1889 e critica a sociedade brasileira usando para isso a ironia, característica muito utilizada também em suas outras obras.

Viveu no Rio de Janeiro entre 1839 e 1908. Aos 16 anos publicou seus primeiros versos. Casou-se sem o consentimento da família da noiva porque tinha má fama. Carolina, sua esposa, lhe apresentou à literatura portuguesa e inglesa e isso mudou completamente sua vida. Na década de 1870, foram publicados seus primeiros romances. Mas foi através de sua carreira burocrática que alcançou sua independência financeira.

Suas primeiras obras são enquadradas na era do Romantismo e, mais tarde, sofre uma grande mudança estilística e temática, vindo a inaugurar o Realismo no Brasil com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881). Em 1897, Machado funda a Academia Brasileira de Letras, sendo seu primeiro presidente e ocupando a Cadeira Nº 23. Seus principais romances são Ressurreição, A mão e a luva e Helena.

O autor tem um estilo bastante peculiar na escrita deste livro. Escreve certos trechos como se estivesse conversando com o leitor; esperando uma resposta. A história é contada em primeira pessoa pelo protagonista Bento - ou Bentinho - como era chamado desde bem pequeno. Filho único, órfão de pai cuja mãe fizera a promessa de torná-lo padre se nascesse varão e se o bebê vingasse visto que já havia perdido um.

Desde a infância, era amigo de Capitolina - ou Capitu - e com ela passava boa parte do dia. Na mais tenra adolescência, trocaram o primeiro beijo e, sendo assim, autodeclararam-se homem e mulher adultos prometendo-se mutuamente em matrimônio quando adultos de fato fossem.

Mas Bento se acovardou de dizer à mãe que não queria ir para o seminário a fim de estudar para ser padre e, por isso, obrigou-se a ir. Não sem antes fazer Capitu prometer que esperaria por ele até encontrar um jeito de fazer a mãe consentir que ele não se tornasse sacerdote. Cabe lembrar que na época em que esse romance foi escrito, ter um padre na família era motivo de alto status, pois a igreja detinha grande poder perante a sociedade.

No seminário, conheceu Escobar e os dois se tornaram amigos e confidentes, pois ambos nutriam um desejo em comum: saírem daí para viverem uma vida não-religiosa. Escobar queria ser comerciante. Bentinho nem sabia o que queria; sabia apenas que queria viver seu amor por Capitu. E deu-se que, enfim, a mãe consentiu que ele saísse do seminário, mas obrigou-se a estudar Direito em São Paulo ficando assim, longe da amada por cinco longos anos. E ao término do curso, casou com Capitu.

Sua amizade com Escobar continuava firme. Tendo este se casado com Sancha, amiga de Capitu, os casais passavam muitos dias juntos e foi justamente essa amizade que pôs em xeque a fidelidade de Capitu. Os amigos tinham uma menina enquanto a gravidez da esposa de Bentinho não acontecia. Enfim, depois de vários acontecimentos, a gravidez aconteceu. Quando o menino nasceu, foi batizado com o mesmo nome do amigo porque como padrinho, obrigaram-se a escolher outra pessoa a quem a criança já estava prometida a muito tempo como afilhado. E o menino parecia-se tanto com o amigo que a desconfiança da traição de Capitu crescia dia após dia corroendo Bentinho por dentro. Algumas mortes acontecem antes do desfecho do livro.

O livro é composto por 148 capítulos curtos. Alguns, curtíssimos de menos de meia página. Como foi escrito no século XVII, a leitura é difícil e cansativa, pois nosso idioma é uma língua viva e como tal, sofre alterações continuamente. Sendo assim, há muitas expressões que não são usadas mais atualmente. Mesmo assim, vale a pena ler o livro.

DLL – abril -3º - um clássico da literatura

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