MACHADO
DE ASSIS, EDITORA EGÉRIA LTDA, 1978, 216 páginas
RECOMENDAÇÃO:
LITERATURA ADULTA
Machado de
Assis foi um dos escritores mais importantes do Brasil. Foi contista,
romancista, cronista, dramaturgo e poeta. Sua obra é bastante vasta. Dom Casmurro foi publicado pela primeira
vez em 1889 e critica a sociedade brasileira usando para isso a ironia,
característica muito utilizada também em suas outras obras.
Viveu no Rio de Janeiro entre 1839 e 1908.
Aos 16 anos publicou seus primeiros versos. Casou-se sem o consentimento da
família da noiva porque tinha má fama. Carolina, sua esposa, lhe apresentou à
literatura portuguesa e inglesa e isso mudou completamente sua vida. Na década
de 1870, foram publicados seus primeiros romances. Mas foi através de sua
carreira burocrática que alcançou sua independência financeira.
Suas primeiras obras são enquadradas na era
do Romantismo e, mais tarde, sofre uma grande mudança estilística e temática,
vindo a inaugurar o Realismo no Brasil com a publicação de “Memórias Póstumas
de Brás Cubas” (1881). Em 1897, Machado funda a Academia Brasileira de Letras,
sendo seu primeiro presidente e ocupando a Cadeira Nº 23. Seus principais
romances são Ressurreição, A mão e a luva
e Helena.
O autor tem um estilo bastante peculiar na
escrita deste livro. Escreve certos trechos como se estivesse conversando com o
leitor; esperando uma resposta. A história é contada em primeira pessoa pelo
protagonista Bento - ou Bentinho - como era chamado desde bem pequeno. Filho
único, órfão de pai cuja mãe fizera a promessa de torná-lo padre se nascesse
varão e se o bebê vingasse visto que já havia perdido um.
Desde a infância, era
amigo de Capitolina - ou Capitu - e com ela passava boa parte do dia. Na mais
tenra adolescência, trocaram o primeiro beijo e, sendo assim, autodeclararam-se
homem e mulher adultos prometendo-se mutuamente em matrimônio quando adultos de
fato fossem.
Mas
Bento se acovardou de dizer à mãe que não queria ir para o seminário a fim de
estudar para ser padre e, por isso, obrigou-se a ir. Não sem antes fazer Capitu
prometer que esperaria por ele até encontrar um jeito de fazer a mãe consentir
que ele não se tornasse sacerdote. Cabe lembrar que na época em que esse
romance foi escrito, ter um padre na família era motivo de alto status, pois a
igreja detinha grande poder perante a sociedade.
No
seminário, conheceu Escobar e os dois se tornaram amigos e confidentes, pois
ambos nutriam um desejo em comum: saírem daí para viverem uma vida
não-religiosa. Escobar queria ser comerciante. Bentinho nem sabia o que queria;
sabia apenas que queria viver seu amor por Capitu. E deu-se que, enfim, a mãe
consentiu que ele saísse do seminário, mas obrigou-se a estudar Direito em São
Paulo ficando assim, longe da amada por cinco longos anos. E ao término do
curso, casou com Capitu.
Sua
amizade com Escobar continuava firme. Tendo este se casado com Sancha, amiga de
Capitu, os casais passavam muitos dias juntos e foi justamente essa amizade que
pôs em xeque a fidelidade de Capitu. Os amigos tinham uma menina enquanto a
gravidez da esposa de Bentinho não acontecia. Enfim, depois de vários
acontecimentos, a gravidez aconteceu. Quando o menino nasceu, foi batizado com
o mesmo nome do amigo porque como padrinho, obrigaram-se a escolher outra
pessoa a quem a criança já estava prometida a muito tempo como afilhado. E o
menino parecia-se tanto com o amigo que a desconfiança da traição de Capitu
crescia dia após dia corroendo Bentinho por dentro. Algumas mortes acontecem
antes do desfecho do livro.
O
livro é composto por 148 capítulos curtos. Alguns, curtíssimos de menos de meia
página. Como foi escrito no século XVII, a leitura é difícil e cansativa, pois
nosso idioma é uma língua viva e como tal, sofre alterações continuamente.
Sendo assim, há muitas expressões que não são usadas mais atualmente. Mesmo
assim, vale a pena ler o livro.
DLL
– abril -3º - um clássico da literatura
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