EMILY BRONTË, TRADUÇÃO ANA MARIA CHAVES, EDITORA LUA
DE PAPEL, 2009, 292 páginas
RECOMENDAÇÃO: LITERATURA ADULTA
Esta é a única obra publicada pela escritora britânica
Emily Brontë. Sua primeira publicação foi feita em 1847. Já teve inúmeras
publicações pelas mais variadas editoras brasileiras e traduzida para vários idiomas.
Tornou-se um clássico apesar de receber fortes críticas pela intensidade
considerada dura demais para a época. O livro traz uma riqueza de detalhes que
impressiona e, facilmente, o leitor poderá se sentir no ambiente do enredo.
Os personagens deste livro têm comportamentos
inaceitáveis, improváveis de cativar a simpatia de algum leitor. E o desenrolar
da história vai torná-los ainda mais detestáveis. É um romance que é muito fora
do que é comum aos livros do gênero.
O
livro conta uma história de amor. Sim, de amor. De um amor correspondido, mas
não vivido. O cenário é o interior da Inglaterra nos anos1800. Nesta época, as
mulheres nasciam para o casamento. E estes eram, na maioria das vezes, um
arranjo de negócios. Os noivos, quando possível, eram escolhidos de acordo com
a situação financeira que tinham. Isto não quer dizer que as pessoas não se
apaixonavam.
Dentro
da história, a governanta da mansão do senhor Lockwood, Nelly Dean, conta ao
patrão a história dos ex-donos de mansão nomeada de O morro dos ventos uivantes,
que tinha este nome porque estava localizada sobre um monte onde os ventos
castigavam fortemente tudo o que ali havia. A história é de amor, porém é
demasiado sombria para fazer o leitor suspirar.
A
governanta conta que seu ex-patrão chegou em casa numa noite com um menino de
pele escura, mas de porte altivo, elegante e de olhar taciturno que encontrou
desamparado pela rua ordenando que se fizesse tudo o que estivesse ao alcance
para que ele passasse bem em sua nova moradia, pois esperara por três dias em
Liverpol alguém que o reclamasse e como ninguém o fez, levou-o consigo. Deu-lhe
o nome de Heathcliff, o mesmo nome de um filho seu que morrera. Criou-o junto
com seus filhos Cathrine e Hindley de igual para igual embora mostrasse uma
predileção pelo garoto adotado. O garoto não é muito bem aceito pelo filho, mas
a garota criou laços fortes de afetividade com ele.
Quis
o destino que Heathcliff e Cathrine se apaixonassem, entretanto, o destino de
Cathrine já estava ‘negociado’. Antes disso, numa noite em que a jovem conversava
com a governanta, declara seu amor pelo jovem e ele, sem querer, escuta atrás
da porta. Ela diz à governanta que ama Heathcliff, mas que vai se casar com
Edgar porque com ele terá o status que deseja.
Ao
ouvir a declaração da moça, o jovem deixa a fazenda e quando volta, é um homem
rico e poderoso, mas cheio de rancor e transforma a vida de todos a sua volta
em pesadelo contínuo. O homem impinge violência física e psicológica até a si
mesmo, por não ter tido a coragem de se impor declarando seu amor para a mulher
amada. Casou-se mais tarde, mas foi infeliz assim como Cathrine também foi. Os
filhos de ambos também vão sofrer nas mãos deste homem infeliz, amargurado e
vingativo.
A
história dividida em 34 capítulos tem partes bastante fortes, que tem cenas de
tortura psicológica em todo o livro, porém é bem envolvente. O leitor quererá
ler o livro até o fim para ver que fim terão seus personagens. Vale a pena ler
o livro.
DLL abril -4º- Um livro com um personagem negro
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