sábado, 18 de abril de 2020

131-Resenha do livro O MORRO DOS VENTOS UIVANTES


EMILY BRONTË, TRADUÇÃO ANA MARIA CHAVES, EDITORA LUA 

DE PAPEL, 2009, 292 páginas

RECOMENDAÇÃO: LITERATURA ADULTA

            Esta é a única obra publicada pela escritora britânica Emily Brontë. Sua primeira publicação foi feita em 1847. Já teve inúmeras publicações pelas mais variadas editoras brasileiras e traduzida para vários idiomas. Tornou-se um clássico apesar de receber fortes críticas pela intensidade considerada dura demais para a época. O livro traz uma riqueza de detalhes que impressiona e, facilmente, o leitor poderá se sentir no ambiente do enredo.

            Os personagens deste livro têm comportamentos inaceitáveis, improváveis de cativar a simpatia de algum leitor. E o desenrolar da história vai torná-los ainda mais detestáveis. É um romance que é muito fora do que é comum aos livros do gênero.

O livro conta uma história de amor. Sim, de amor. De um amor correspondido, mas não vivido. O cenário é o interior da Inglaterra nos anos1800. Nesta época, as mulheres nasciam para o casamento. E estes eram, na maioria das vezes, um arranjo de negócios. Os noivos, quando possível, eram escolhidos de acordo com a situação financeira que tinham. Isto não quer dizer que as pessoas não se apaixonavam.

Dentro da história, a governanta da mansão do senhor Lockwood, Nelly Dean, conta ao patrão a história dos ex-donos de mansão nomeada de O morro dos ventos uivantes, que tinha este nome porque estava localizada sobre um monte onde os ventos castigavam fortemente tudo o que ali havia. A história é de amor, porém é demasiado sombria para fazer o leitor suspirar.

A governanta conta que seu ex-patrão chegou em casa numa noite com um menino de pele escura, mas de porte altivo, elegante e de olhar taciturno que encontrou desamparado pela rua ordenando que se fizesse tudo o que estivesse ao alcance para que ele passasse bem em sua nova moradia, pois esperara por três dias em Liverpol alguém que o reclamasse e como ninguém o fez, levou-o consigo. Deu-lhe o nome de Heathcliff, o mesmo nome de um filho seu que morrera. Criou-o junto com seus filhos Cathrine e Hindley de igual para igual embora mostrasse uma predileção pelo garoto adotado. O garoto não é muito bem aceito pelo filho, mas a garota criou laços fortes de afetividade com ele.

Quis o destino que Heathcliff e Cathrine se apaixonassem, entretanto, o destino de Cathrine já estava ‘negociado’. Antes disso, numa noite em que a jovem conversava com a governanta, declara seu amor pelo jovem e ele, sem querer, escuta atrás da porta. Ela diz à governanta que ama Heathcliff, mas que vai se casar com Edgar porque com ele terá o status que deseja.

Ao ouvir a declaração da moça, o jovem deixa a fazenda e quando volta, é um homem rico e poderoso, mas cheio de rancor e transforma a vida de todos a sua volta em pesadelo contínuo. O homem impinge violência física e psicológica até a si mesmo, por não ter tido a coragem de se impor declarando seu amor para a mulher amada. Casou-se mais tarde, mas foi infeliz assim como Cathrine também foi. Os filhos de ambos também vão sofrer nas mãos deste homem infeliz, amargurado e vingativo.

A história dividida em 34 capítulos tem partes bastante fortes, que tem cenas de tortura psicológica em todo o livro, porém é bem envolvente. O leitor quererá ler o livro até o fim para ver que fim terão seus personagens. Vale a pena ler o livro.

DLL  abril -4º- Um livro com um personagem negro

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